Uma pintura de Mark
Rothko (não representada na imagem) fez o leilão de quarta-feira ultrapassar o
limiar dos mil milhões de euros da semana da Christie's.
|
A semana tinha começado com recordes no mercado de arte e
ainda vai a meio e já se bateu mais um: a Christie’s tornou-se a primeira
leiloeira a vender em apenas três dias mais de mil milhões de dólares de obras
de arte. Um Mark Rothko juntou-se assim a Pablo Picasso e a Alberto Giacometti
para fazer desta uma semana inédita no sector.
Terça-feira foi o dia da entronização de Picasso como o autor da obra
de arte mais cara do mundo em leilão. E se o pódio é encimado agora
pela pintura cubista Les Femmes d'Alger (version O), vendido pela Christie’s de
Nova Iorque por 159,3 milhões de euros, L'homme au doigt, de Giacometti,
tornou-se também a mais valiosa escultura alguma vez leiloada e a terceira obra
de arte mais cara de sempre no mercado leiloeiro. Quarta-feira à noite, N.º10
de Rothko juntou-se à festa da Christie’s de Nova Iorque ao ser arrematado por
71,7 milhões de euros (81,9 milhões de dólares).
E, assim, a leiloeira ultrapassava uma marca histórica: em
três dias de vendas, ultrapassou receitas de 1400 milhões de dólares – cerca de
1200 milhões de euros. É um recorde para o mercado em geral e, naturalmente,
para a Christie’s em particular, visto que a sua última marca tão elevada em
três dias de idas à praça era de 858 milhões de euros, atingidos em Maio de
2014.
O New York Times assinala que este ultrapassar da marca dos
mil milhões de dólares é um limiar simbólico que aprofunda a distância entre a
Christie’s e a sua rival Sotheby’s, que também está a obter bons resultados nas
suas vendas destas semanas. “É um
espectáculo de excesso ao mais alto nível”, comentou ao diário norte-americano
a consultora Abigail Asher, da Guggenheim Asher Associates. “Os últimos anos
têm sido um crescendo até este momento. Uma nova classe de comprador entrou no
mercado e estão preparados para pagar quantias espantosas por imagens-troféu” -
a arte como forma de investimento.
No leilão de quarta-feira foram vendidas obras de Rothko –
cujo N.º 10 foi a pintura mais cara da noite -, mas também de Lucien Freud,
Andy Warhol, Jean-Michel Basquiat ou Joan Mitchell.