Louvre já reuniu o milhão de euros de doadores para restauro da Vitória de Samotrácia | m1

Cerca de 6700 doadores individuais responderam ao apelo que complementa a verba de três milhões já garantidos
Nem um ano depois do anúncio do lançamento da campanha para recolher donativos para o restauro da emblemática escultura Vitória de Samotrácia, residente no Louvre, o museu parisiense anunciou que já foi angariado o milhão de euros necessário. E dentro do prazo previsto, que decorreu entre 3 de Setembro e 31 de Dezembro de 2012, cerca de 6700 doadores individuais responderam ao apelo que complementa a verba de três milhões já garantidos pelos mecenas institucionais do museu.

O Museu do Louvre anunciou esta segunda-feira à AFP que os cerca de 6700 participantes na campanha Todos Mecenas fizeram donativos que foram de um euro aos 8500, sendo o donativo médio 134 euros e o mais frequente de 50 euros, escreve a agência noticiosa francesa, que refere ainda que os doadores individuais são de várias nacionalidades, entre os quais japoneses. Os restantes mecenas institucionais, como foi anunciado em Janeiro de 2013, são a japonesa Nippon Television Holdings, a holding francesa de gestão de activos e crédito de risco Fimalac e o programa de conservação de arte dos norte-americanos Bank of America e Merrill Lynch.

A estátua que representa a deusa alada grega Nike, mensageira da vitória, ocupa um lugar central no Louvre, encimando uma das famosas escadarias do museu, a Daru, mas abandonou o posto em Setembro último para que fosse iniciado o restauro. Encontra-se numa sala próxima e voltará a ser vista no início deste Verão por todos aqueles que fizeram do Louvre o museu mais visitado do mundo por vários anos consecutivos – inicialmente, a estimativa era de que a escultura estivesse de volta já na Primavera. Quanto à escadaria, como tinha anunciado a instituição há um ano, também será alvo de obras, mas só ficará pronta em Março de 2015.


O objectivo principal do restauro é a limpeza da pedra da Vitória, mas também a reparação de problemas estruturais. Entretanto, o Centro de Investigação e Restauro dos Museus de França, que gere o restauro da escultura descoberta em 1863 nas ruínas do Santuário dos Grandes Deuses na ilha grega de Samotrácia, já conseguiu identificar os traços vestigiais de cor azul que, apesar de invisíveis a olho nu, marcam a estátua e provam que “era policroma, ou pelo menos em parte”, disse o museu à AFP.