Criar é provocar: as grandes rupturas Sob o signo da provocação | M10

Kadinsky,  fase ‘Der Blaue Reiter’ (Cavaleiro Azul)

As primeiras vanguardas artísticas do século XX surgiram quase ao mesmo tempo em França (Fauvismo) e na Alemanha (Expressionismo) e ficaram marcadas pelo desejo manifesto de inovar, contrariando a tradição e chocando os contemporâneos. Estes objectivos derivaram do dinamismo e euforia artísticos que então se viviam, manifestos num activo comércio de arte (criação de galerias, exposições, multiplicação das revistas a especialidade, ascensão dos críticos de arte...), mas são, sobretudo uma reacção às novas condições de início de vida do século XX – industrialização e urbanização crescentes e apressadas, desenraizamento das populações, desenvolvimento técnico e tecnológico, avanço das comunicações e da publicidade, rivalidades imperialistas.
A nível artístico, os novos impulsos traduziram-se no abandono da tradição académica pela procura da pureza dos meios de expressão e pelo desligamento da arte em relação à realidade concreta, dando livre curso aos sentimentos individuais dos artistas.

Criar é agir. A arte enquanto processo
A materialização da vida nos movimentos,
gestos e objectos do quotidiano
A partir dos anos 60 do século XX, a arte muda radicalmente, quer na forma quer no pensamento. Ao abstraccionismo intelectualizado e hermético dos anos 50, sucede uma arte virada para a vida real e para os acontecimentos do quotidiano, utilizando-os como forma de conhecimento e de acção. Numa sociedade dominada pelo consumo, estimulado por uma publicidade agressiva que gera necessidades, a
Arte surge como reflexo das novas formas de relacionamento social, onde determinados objectos e imagens se impõem como ícones. Foi dessas imagens, objectos e até figuras com notoriedade que se serviu Andy Wharol ao formular em definitivo a essência da Pop Art.