O quadro de Mark Rothko foi vandalizado no
domingo à tarde, na Tate Modern, em Londres
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As autoridades prenderam Vladimir Umanets, que
se identificou ao The Guardian, no domingo à noite, como sendo o
autor da marca deixada no quadro do pintor russo Mark Rothko, naquele dia à
tarde, na galeria Tate Modern, em Londres. Na pintura Black
on Maroon, de Mark Rothko, pode ler-se agora "Vladimir Umanets, uma
potencial obra do yellowism". O homem, de 26 anos, foi detido, depois de,
durante o dia de ontem, ter falado com vários órgãos de comunicação britânicos.
Em entrevista à ITV News, afirmou: “Não quero ficar alguns meses,
nem algumas semanas, na cadeia, mas acredito fortemente no que estou a fazer,
dediquei a minha vida a isto”.
Os filhos de Mark Rothko, Kate Rothko Prizel e
Christopher Rothko, emitiram um comunicado, no qual se lê que a família está muito
perturbada "mas tem plena confiança de que a Tate Gallery vai
fazer tudo o que estiver ao seu alcance para remediar a situação”. Domingo à
noite, o The Guardian falou com Vladimir Umanets, que disse:
“Eu acredito que se alguém restaurar o quadro e retirar a minha assinatura, a
peça terá menos valor, mas daqui a alguns anos a obra valerá mais por causa do
que eu fiz”. Umanets comparou-se a Marcel Duchamp, pai da corrente de arte
dadaísta, em que os artistas retiravam os objectos do seu contexto habitual,
assinando-os e conferindo-lhes um novo valor artístico.
Mark Rothko nasceu a 25 de Setembro de 1903, em
Dvinsk (Rússia) e, aos dez anos, mudou-se para os EUA. Para além de um dos
pioneiros do abstraccionismo expressionista, também representou em algumas
peças de teatro e foi professor. Entre as suas obras mais conhecidas, está a
série de quadros pintados em 1958, para o restaurante Four Seasons,
no edifícioSeagram em Nova Iorque. Mais tarde, pouco antes da sua
morte em 1970, o pintor abstraccionista decidiu que não queria os seus quadros
naquele restaurante e doou-os à galeria Tate Modern.