De acordo com a informação, a sede da
fundação será inaugurada oficialmente às 11:30 com a presença do presidente da
Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, e a presidente da entidade, Pilar
del Río. "Devido aos constrangimentos do espaço, [a inauguração oficial]
será reservada a convidados, entre entidades oficiais e amigos do
escritor", indica ainda a nota da Fundação José Saramago.
No entanto, a partir das 14:00 -
acrescenta - a porta da Casa dos Bicos ficará aberta ao público, que poderá
visitar a exposição permanente sobre o Nobel da Literatura, intitulada
"José Saramago. A Semente e os Frutos". Comissariada por Fernando
Gomez Aguilera, a exposição "está em fase adiantada de montagem, ao mesmo
tempo que decorrem os acabamentos do edifício".
Ali o visitante encontrará
"manuscritos, cadernos de notas e desenhos, fotografias, vídeos, recortes
de jornais, que revelam o persistente labor do Nobel da Literatura". A
mostra inclui ainda objectos pessoais, como as agendas minuciosas e
correspondência, documentação sobre a sua intervenção na vida política e social
que foram seleccionados pelo comissário, amigo pessoal do escritor.
Fernando Gomez Aguilera é presidente da
Fundação César Manrique, e foi também responsável pela exposição "José
Saramago. A Consistência dos Sonhos", que esteve patente em Lanzarote
(Espanha), Lisboa e fez uma digressão pela América do Sul.
O espólio do escritor José Saramago
chegou a Lisboa a 21 de Maio último num camião contentor, proveniente de
Lanzarote, onde o Nobel teve residência principal até 18 de Junho de 2010, data
do seu falecimento. Na altura da chegada, Pilar del Río, viúva do escritor, considerou
que o espólio "é o tesouro emocional, intelectual e espiritual da Casa dos
Bicos". O projecto de remodelação e design de interiores da Casa dos
Bicos, edifício do século XVI, é da responsabilidade dos arquitectos João
Santa-Rita e Manuel Vicente.
Em Junho do ano passado, as cinzas José
Saramago foram depositadas junto a uma oliveira centenária que foi
propositadamente plantada junto à Casa dos Bicos, no Campo das Cebolas.
A oliveira foi transportada da Azinhaga
do Ribatejo, aldeia natal de Saramago, e plantada junto ao edifício, porque o
escritor se referia a esta árvore no livro autobiográfico "As Pequenas
Memórias" (2006).