Uma das mais visitadas de sempre “Natureza Morta” levou 97 mil pessoas à Gulbenkian

A exposição trouxe à Gulbenkian trabalhos de grandes mestres da pintura europeia (Daniel Rocha)
A Exposição “A Perspectiva das Coisas. A Natureza-morta na Europa. 1840 – 1955”, que encerrou no domingo na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, recebeu durante os três meses 97 mil visitantes. A exposição terminou este fim-de-semana com o prolongamento do horário até às 23h e as entradas gratuitas, que culminaram em longas filas de espera para ver as obras dos grandes mestres da pintura.
Produzida pelo Museu Gulbenkian e com curadoria de Neil Cox, professor da Universidade de Essex e especialista em arte francesa do século XX, a mostra reuniu obras de arte de artistas como Picasso, Dalí, Cézanne, Renoir, Van Gogh, Monet, Manet, Léger, Duchamp, Braque, Magritte e Matisse, Amadeo e Vieira da Silva, entre muitos outros mestres da pintura dos séculos XIX e XX.

Apesar de não ter alcançado a marca dos 100 mil visitantes, a exposição, que esteve aberta ao público entre 21 de Outubro e 8 de Janeiro, tornou-se numa das mais visitadas de sempre na Gulbenkian, atrás da exposição sobre Amadeo de Souza-Cardoso “Diálogo de Vanguardas” (2007), que somou 100 mil visitantes, e “A evolução de Darwin” (2009), detentora do recorde de visitantes, com 161 mil.

Segundo a Fundação Gulbenkian, esta exposição, “A Perspectiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa. Séculos XIX-XX”, propunha uma viagem ao longo de dois séculos da história da arte, através de 93 obras, de 70 artistas, vindas de 37 museus e instituições de todo o mundo, explorando o modo como um género tão tradicional como a natureza-morta (a representação de um grupo de objectos – flores, instrumentos, conchas ou uma caveira, geralmente colocados sobre uma mesa) se veio a alterar com o eclodir da modernidade, à medida que a experiência subjectiva dos objectos também se alterava.

Para os últimos dias da exposição, a Gulbenkian prolongou o horário até às 23h e as entradas foram gratuitas – até aqui a mostra estava aberta até às 20h e o bilhete custava 5 euros –, o resultado foram longas horas de espera para entrar na exposição.

Esta foi a segunda parte da exposição, que devido à sua dimensão foi dividida em duas partes, tendo a primeira sido apresentada no Museu Gulbenkian entre Fevereiro e Maio de 2010, com um conjunto de obras-primas de mestres europeus dos séculos XVII e XVIII.

A exposição que agora terminou incidiu no período entre 1840 e 1955, e, além da pintura, incluiu peças escultóricas e objectos de uso corrente transformados em obras de arte.

O óleo sobre tela “Jarro, Taça e Limão” (1907), de Pablo Picasso (1881-1973), cedido pela Fondation Beyeler, na Suíça, e outro óleo do mesmo artista, “Natureza-Morta com Caveira e Três Ouriços-do-Mar” (1947), do Museo Picasso Málaga, foram algumas das estrelas exibidas. “Natureza-Morta com Pote de Gengibre e Beringelas” (1890-1894), de Paul Cézanne (1839-1906), do Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque, “Flores numa Jarra” (1866), de Auguste Renoir (1841-1919), da National Gallery of Art, em Washington, também foram alguns dos destaques desta mostra, que conta ainda com “Flores numa Jarra de Cristal” (1882), de Édouard Manet (1832-1883), o óleo “Ramos de Castanheiro em Flor” (1890), de Vincent van Gogh (1853-1890), e “Natureza-Morta com Leque (1889) ”, de Paul Gauguin (1848-1903).