Polémica envolve quadro de Velázquez



Um quadro atribuído a Velázquez - o Retrato da Infanta Margarida - que o Museu do Louvre emprestou para participar numa exposição no Museu de Atlanta (EUA) está a ser objecto de uma polémica pelas dúvidas que suscita entre especialistas de história de arte.
Num artigo publicado no Libération, a 4 deste mês, Vincent Noce reduziu em poucas linhas, uma das obras-primas da história do Louvre a uma cópia de atelier. O Retrato da Infanta Margarida, foi encomendado em 1653 pela rainha de França, Ana de Áustria, a seu irmão, rei de Espanha (Filipe IV), que por sua vez pede a Velázquez para pintar o quadro chegado a França em 1654.
O Libération publica, entretanto, uma carta em resposta ao jornal assinada pelo administrador-geral do Louvre, Didier Sélès. Este defende a autenticidade da tela, que nunca abandonou, salvo no caso de algumas exposições recentes - México, Bolonha, Moscovo e Tóquio -, o palácio para o qual foi concebido.
O quadro é reconhecido como original e tem vindo a ser exposto como tal. Segundo Sélès, O Retrato da Infanta Margarida é catalogado por 53 publicações como uma obra de Velázquez, enquanto quatro a ele se referem como uma pintura realizada pelo artista e por ajudantes do seu atelier e uma só como obra dos seus colaboradores. Todos reconhecem a sua qualidade. Didier Sèlés, do Louvre, sublinha que 90 por cento das publicações e especialistas atribuem o quadro ao pintor de Las Meninas. De acordo com o administrador, relegar a tela a estatuto de cópia, com base em poucas citações, é um acto aventureiro.