Henry Matisse | M9

Enri Matisse. O Retrato da risca verde, 1905, óleo sobre tele, 40,5x32,5 cm
Henry Matisse foi um pintor, desenhista e escultor francês do Fauvismo, um movimento artístico nascido em Paris por volta de 1905. Nasceu em Le Cateau-Cambrésis, na Nord-Pas-de-Calais, França, a 31 de Dezembro de 1869. Matisse mudou-se para Paris em 1891 e estudou na École des Arts Décoratifs e no ateliê de Gustave Moreau. No período entre 1900 e 1905 participou no Salão dos Independentes e no Salão de Outono. Causou sensação ao incluir-se, com Albert Marquet e André Derain, entre os primeiros fauvistas.A arte de Matisse conheceu depois uma grande divulgação. Fundou uma academia frequentada por alunos do mundo inteiro.Em 1909 abriu uma exposição sua em Moscovo e, em 1910, uma retrospectiva em Paris. As viagens que fez a Marrocos e a Tânger, entre 1910 e 1912, influenciaram a sua obra. Em 1913 expôs no Armony Show, em Nova York, e em 1920 colaborou com a companhia russa de bale de Diaghilev. Na sua primeira fase, Matisse mostrava-se descendente directo de Cézanne, em busca do equilíbrio das massas, mas devido a outras influências, como as de Gauguin, Van Gogh e Signac, levaram-no a tratar a cor como elemento de composição.
Em 1904-1905, “Luxo, calma e volúpia” ainda revelava a influência dos pós-impressionistas, mas já demonstrava grande simplificação da cor, do traço e dos volumes. Em 1908, a euforia decorativa de “O aparador, harmonia vermelha” atestava que Matisse já tinha estilo próprio. Dos pintores Fauvistas, que exploraram o sensualismo das cores fortes, Matisse foi o único a evoluir para o equilíbrio entre a cor e o traço em composições planas, sem profundidade. Ao explorar ora o ritmo das curvas, como em “A música” (1909) e “A dança” (1933), ora o contraste entre linhas e chapadas, como em “Grande natureza morta com beringelas” (1911-1912), Matisse procurou uma composição livre, sem outra ligação que não o senso de harmonia plástica. A sua cor não se dissolvia em matrizes, mas era delimitada pelo traço.
Já liberto do Fauvismo, o pintor mostrou, às vezes, tendência em reduzir as linhas à essência, como em “A lição de piano” (1916), mas não se interessou pela pura abstracção. O amor pela exuberância decorativa aparece em “Blusa romena” e na série “Odaliscas”, de 1918. Na sua fase final, Matisse voltou-se para a esquematização das figuras, de que são exemplo a decoração mural “A dança”, para a Barnes Foundation, em Merion, nos Estados Unidos, e os papiers collés ou gouaches découpées (técnica que chamou de “desenho com tesoura”) que ilustram Jazz (1947), livro com as suas impressões sobre a arte e a vida. Matisse foi também escritor e ilustrador. Em 1944, como desenhista, ilustrou Fleurs du Mal (Flores do Mal), de Baudelaire, e, como litógrafo, as Lettres Portugaises (Cartas Portuguesas) em 1946, atribuídas a soror Mariana Alcoforado, e Les Amours, de Pierre Ronsand.

Entre 1948 e 1951 dedicou-se à concepção arquitectónica e à decoração interior da capela do Rosário em Saint-Paul, perto de Vence, no sul de França. O autor considerava essa a sua melhor obra, e nela concebeu todos os seus detalhes, dos vitrais ao mobiliário, voltado para uma concepção mais ascética das formas, embora nos arabescos florais predomine uma linha sinuosa. Matisse, como outros artistas do movimento, rejeitava a luminosidade impressionista, e usava a cor como factor principal da pintura, levando-a as últimas consequências. Argan dizia que a arte de Matisse era feita para decorar a vida dos homens. Foi considerado o artista do século em que viveu. Nas suas pinturas gostava de motivos repetitivos, usava formas curvas.
Henry Matisse morreu em Nice, França, a 3 de Novembro de 1954.
Matisse e o Fauvismo
O Fauvismo (feras selvagens) foi um movimento de curta duração, na passagem do Século XIX para o Século XX e teve como líder incontestável Henry Matisse, contando também com a participação de outros grandes artistas, entre eles, André Derain, Maurice de Vlaminck, Raoul Dufy, Georges Braque, Henri Manguin, Albert Marquet, Jean Puy, Emile Othon Friesz. Partindo do colorido vibrante e agressivo de Van Gogh e Gauguin (pós impressionistas), os fauvistas rejeitaram não só o império da forma, ditado pela academia, como também o conceito de luminosidade dos impressionistas, passando a usar a cor como factor primordial da pintura e levando-a às últimas consequência, resultando daí quadros tão bonitos quanto artificiais. O fauvismo foi perdendo a sua força há medida que os seus precursores amadureceram e evoluíram para outros estilos, entre os muitos que proliferaram na primeira metade do Século XX. Na Europa, Matisse tornou-se o símbolo máximo do fauvismo.