Dadaismo ou Movimento Dada | M9

O Dadaísmo é caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela combinação do pessimismo irónico e ingenuidade radical, pelo cepticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar. O início do movimento não envolveu uma estética específica mas as formas principais da expressão Dada tenham sido o poema.A sua tendência extravagante é baseada no acaso e serviu de base para o início de inúmeros movimentos artísticos do século XX, entre eles o Surrealismo, a Arte Conceitual, a Pop Art e o Expressionismo Abstracto. O Dadaísmo abrange áreas das artes plásticas, da fotografia, da música e do teatro. Surgiu por volta de 1916, em Zurique, acabando por se espalhar por vários países europeus e também pelos Estados Unidos da América. Aponta-se o ano de 1916 como o ano em que o romeno Tristan Tzara, o alsaciano Hans Arp e os alemães Hugo Ball e Richard Huelsenbeck seguiram novas orientações artísticas e 1924 como o final desse caminho, mas na verdade é que há uma discrepância de datas respeitantes, quer ao início, quer ao final deste movimento.O movimento Dada (e os seus fundadores recusam o termo Dadaísmo já que o ismo aponta para um movimento organizado que não é o seu). O Dadaísmo surge durante e como reacção à I Guerra Mundial. Os seus alicerces são os da repugnância por uma civilização que atraiçoou os homens em nome dos símbolos vazios e decadentes. Este desespero faz com que o grande objectivo dos dadaístas seja fazer tábua rasa de toda a cultura já existente, especialmente da burguesa, substituindo-a pela loucura consciente, ignorando o sistema racional que empurrou o homem para a guerra. Os próprios dadaístas têm consciência que são demasiado anarcas para aderir a um partido político e que a responsabilidade pública que daí adivinha era inconciliável com o espírito dadaísta. Colónia e Hanôver são menos significativos, sendo no entanto de salientar o desenvolvimento da técnica da colagem no primeiro e a inovadora utilização de materiais casuais e subalternos, como jornais e bilhetes de autocarro, na pintura do segundo. No primeiro manifesto, por ele próprio intitulado dadaísta, Tristan Tzara afirma, que “Ser contra este manifesto significa ser dadaísta!” o que confirma a inexistência de cânones e regras neste movimento. Tentam mesmo dissuadir os críticos de o definir: Jean Arp, artista plástico francês ligado ao movimento de Zurique, ridiculariza a metodologia e crítica escrevendo, que não era, nem nunca seria credível qualquer história deste movimento já que, para ele não eram importantes as datas, mas sim o espírito que já existia antes do próprio nome.
O fim do Dada como actividade de grupo ocorreu por volta de 1921.
A expansão do Dadaísmo
Embora se tenha espalhado por quase toda a Europa, o movimento Dada tem os núcleos mais importantes em Zurique, Berlim, Colónia e Hanôver. Todos eles defendem a abolição dos critérios estéticos, a destruição da cultura burguesa e da subjectividade expressionista reconhecendo, como caminhos a seguir, a dessacralização da arte e a necessidade do artista ser uma criatura do seu tempo, no entanto, há uma evolução diferenciada nestes quatro núcleos. O núcleo de Zurique, o mais importante durante a guerra, é muito experimentalista e provocatório, embora mais ou menos restrito ao círculo do Cabaret Voltaire. É aqui que surgem duas das mais importantes inovações dadaístas: o poema simultâneo e o poema fonético.
O poema simultâneo consiste na recitação simultânea do mesmo poema em várias línguas.
O poema fonético, desenvolvido por Ball, é composto unicamente por sons, com predominância de sons vocálicos.
Frases sobre o Dadaísmo
Há quem diga que o Dadaísmo é contrário a qualquer tipo de equilíbrio em arte seja em pinturas, esculturas, poesias, fotografia e cinema. Um grupo de artistas frustrados com a religião, ciência e filosofia na actual época da Primeira Guerra Mundial pregavam a arte livre de qualquer estilo ou amarra racional, a arte sem rédeas. Criar com o automatismo psíquico usando elementos distintos, mas sempre fugindo de regras impostas pela arte. Fortaleciam a busca e destruição da arte académica. Foram importantes para movimentos futuros como Surrealismo, Pop Art, Arte Conceitual e o Expressionismo Abstracto. Apesar de tudo o que pregavam, deixaram fortes influências para todos nós. Foi fundado um movimento literário para expressar as suas decepções em relação a incapacidade da ciência, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente, afirma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.
Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objecto manufacturado de consumo popular, tratado como objecto de arte por opção do artista.
Dadaístas
São conscientemente subversivos: ridicularizam o gosto convencional e tentam deliberadamente desmantelar as artes para descobrir em que momento a criatividade e a vitalidade começam a divergir. Desde o início que é destrutivo e construtivo, frívolo e sério, artístico e anti-artístico. Estes autores destacam-se da sociedade em que estão inseridos pela revolta, pelos valores expressos nas suas obras, pelas convicções que defendem e pelas contradições que apresentam, muitas vezes exemplo da vitalidade e humor dos criadores.
Curiosidade do Nome Dada
O seu nome é disso mesmo um exemplo: Dada, que o romeno Tzara diz ter encontrado ao acaso num dicionário, ainda segundo o mesmo Tzara, não significa nada, mas ao não significar nada, significa tudo. Este tipo de posições paradoxais e contraditórias são outra das características deste movimento que reclama não ter história, tradição ou método. A sua única lei é uma espécie de anarquia sentimental e intelectual que pretende atingir os dogmas da razão. Cada um dos seus gestos é um acto de polémica, de ironia mordaz, de inconformismo.É necessário ofender e subverter a sociedade.
Exemplo do Dadaísmo
Essa subversão tem dois meios: o primeiro os próprios textos, que embora sejam concebidos como forma de intervenção directa, são publicados nas numerosas revistas do movimento como Der Dada, Die Pleite, Der Gegner ou Der blutige Ernst, entre muitas outras. O segundo, Cabaret Voltaire, em Zurique, cujas sessões são consideradas escandalosas pela sociedade da época verificava insultos frequentes, agressões e intervenções policiais. O poeta romeno Tristan Tzara, um dos principais representantes do movimento, dá uma receita, em seu último manifesto, para fazer um poema dadaísta:
Pegue um jornal.Pegue a tesoura.Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.Recorte o artigo.Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.Agite suavemente.Tire em seguida cada pedaço, um após o outro.Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.O poema se parecerá com você.E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
Artistas do Dadaísmo:Este movimento teve muitos artistas, sendo estes os principais:
Marcel Duchamp (1887-1968)
Pintor e escultor francês, a sua arte abriu caminho para movimentos como a pop das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo à sua maneira, interessando-se pelo movimento das forma. O experimentalismo e a provocação conduziram-no a ideias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objectos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção, receberem um título, adquiriam a condição de objecto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar o seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.